A Blackstone Group LP tem sido uma das grandes beneficiárias da febre de compras internacionais da China, já tendo vendido bilhões de dólares em ativos para compradores chineses.
Na transação mais recente, anunciada na segunda-feira, a gigante do private equity e ativos imobiliários fechou a venda, por US$ 6,5 bilhões, de uma fatia de 25% na rede hoteleira Hilton Worldwide Holdings Inc. para o HNA Group, um conglomerado chinês com investimentos em setores como hotéis, supermercados e companhias aéreas.
Em março, a Blackstone vendeu o Strategic Hotels & Resorts Inc. para a gigante de seguros Anbang Insurance Group Co., também da China, por US$ 5,5 bilhões. Além disso, a firma americana já havia liderado a venda do famoso hotel Waldorf Astoria, em Nova York, para a mesma Anbang pelo valor recorde de US$ 1,95 bilhão, em 2014.
A Blackstone embolsou aproximadamente US$ 500 milhões com seu investimento no Strategic Hotels, que manteve por menos de um ano, segundo uma pessoa a par da situação.
“Como segunda maior economia do mundo, não é surpresa que a China esteja fazendo mais investimentos no exterior”, diz Christine Anderson, porta-voz da Blackstone. “Considerando a natureza de nossa empresa e a qualidade dos ativos que possuímos, também não é surpresa que eles comprem de nós.”
Nessa febre de aquisições recorde no exterior, hotéis e outros ativos voltados para o recém-descoberto amor dos chineses por viagens têm estado na mira das empresas da China. Apenas este ano, as empresas chinesas compraram US$ 199 bilhões em ativos em outros países, incluindo dívida. Desse total, US$ 25 bilhões foram investidos na compra de hotéis ou imóveis. O HNA Group, por exemplo, que abocanhou 25% do Hilton, investiu pelo menos US$ 20 bilhões em compras internacionais este ano, incluindo empresas de aluguel de aviões e de distribuição de produtos tecnológicos.
A Blackstone, que é sócia da Patria Investimentos no Brasil e se define como a maior firma de private equity do mundo atuante no setor imobiliário, tem US$ 103 bilhões em propriedades e está em uma posição vantajosa para fechar negócios. Ela também está disposta a lidar com compradores chineses como a Anbang, cuja relativa inexperiência em fechar negócios no Ocidente e estrutura societária pouco transparente, deixou alguns vendedores americanos pouco à vontade.